quinta-feira, 16 de agosto de 2012

IDEB mostra educação ainda medíocre no país

"
O retrato do ensino básico e fundamental divulgado na terça-feira (14) pelo Ministério da Educação é um retrato das contradições e dos inúmeros problemas que alunos, professores e pais enfrentam no Brasil, e da enormidade dos obstáculos que precisam ser enfrentados para colocar o país num patamar mais alto de educação formal.

O termômetro que mede esta situação é o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que é divulgado a cada dois anos. Ele é calculado considerando o desempenho dos alunos em duas matérias (português e matemática), combinado com o número dos estudantes aprovados em cada série. A avaliação é feita em três níveis: anos iniciais do ensino fundamental (1ª à 4ª séries), anos finais do ensino fundamental (5ª à 8ª séries), e ensino médio.



Na média (os dados se referem à variação entre 2009 e 2011), o ministério comemorou o alcance da nota 5,0 (vai de 0 a 10) nos primeiros anos do ensino básico, indicando uma melhora estatística e a antecipação do cumprimento da meta prevista para 2013. Nos outros níveis, o resultado foi pouco mais que sofrível – média 4,1 nos últimos anos do ensino fundamental e 3,7 no ensino médio (em 2009 estas médias foram, respectivamente, 4,0 e 3,7). Isto é, quase não variaram. E o resultado é agravado pelo fato de que quase metade das escolas brasileiras (44% do total) não alcançou a média, sendo que 37% tiveram médias mais baixas do que em 2009. 

No ensino médio, embora a média prevista para o país (3,7) tenha sido atingida, em nove estados ela não foi alcançada (são estados cuja população soma 60,5 milhões de brasileiros) e outros sete repetiram as notas de 2009 (com população somada de 32,4 milhões). Pode-se concluir que as escolas que atendem a metade da população foram mal avaliadas no Ideb recém divulgado. E não há salvação nem mesmo nas escolas particulares, que também tiveram desempenho medíocre em todo o país, embora um pouco melhor do que as escolas públicas.

Há um conjunto de razões para explicar a situação e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, resumiu algumas delas na entrevista coletiva que deu depois do anúncio dos resultados. Há de fato uma pequena melhoria, comemorada pelo ministro, e ele a atribuiu a medidas tomadas nos últimos anos em relação sobretudo ao ensino fundamental de nove anos. Em relação ao mau desempenho no ensino médio (que continua sendo nosso maior problema, disse o ministro) Mercadante o atribui sobretudo ao extenso currículo (com 13 matérias obrigatórias) praticado, e o ministério acena com mudanças nessa área.

O ministro ficou devendo, contudo, uma referência mais explícita aos graves e persistentes problemas estruturais da educação, entre elas a situação dos professores. Como a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) denunciou em março deste ano, 17 estados ainda não pagavam o piso salarial nacional dos professores e 18 não cumpriam norma segundo a qual dois terços da jornada do professor devem ser passados em sala de aula e um terço em atividades de planejamento de aulas, correções de provas e cursos de formação.
O mau desempenho registrado pelo Ideb resulta deste conjunto de problemas que o governo precisa enfrentar se quiser não apenas cumprir metas estatísticas mas, principalmente, que as escolas brasileiras cumpram a tarefa que se espera dela: a formação educacional dos jovens brasileiros.


E você? Está satisfeito com o nível da educação no Brasil e de nossa cidade? Opine! Mostre que sua opinião faz toda a diferença!


Veja as reportagens em vídeo 


http://g1.globo.com/se/sergipe/setv-1edicao/videos/t/edicoes/v/falta-de-alguns-alunos-as-aulas-e-apontada-como-o-motivo-para-o-baixo-desempenho-no-ideb/2092786/

http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/t/edicoes/v/mec-estuda-mudancas-no-curriculo-do-ensino-medio-brasileiro/2090129/


"
O retrato do ensino básico e fundamental divulgado na terça-feira (14) pelo Ministério da Educação é um retrato das contradições e dos inúmeros problemas que alunos, professores e pais enfrentam no Brasil, e da enormidade dos obstáculos que precisam ser enfrentados para colocar o país num patamar mais alto de educação formal.

O termômetro que mede esta situação é o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que é divulgado a cada dois anos. Ele é calculado considerando o desempenho dos alunos em duas matérias (português e matemática), combinado com o número dos estudantes aprovados em cada série. A avaliação é feita em três níveis: anos iniciais do ensino fundamental (1ª à 4ª séries), anos finais do ensino fundamental (5ª à 8ª séries), e ensino médio.



Na média (os dados se referem à variação entre 2009 e 2011), o ministério comemorou o alcance da nota 5,0 (vai de 0 a 10) nos primeiros anos do ensino básico, indicando uma melhora estatística e a antecipação do cumprimento da meta prevista para 2013. Nos outros níveis, o resultado foi pouco mais que sofrível – média 4,1 nos últimos anos do ensino fundamental e 3,7 no ensino médio (em 2009 estas médias foram, respectivamente, 4,0 e 3,7). Isto é, quase não variaram. E o resultado é agravado pelo fato de que quase metade das escolas brasileiras (44% do total) não alcançou a média, sendo que 37% tiveram médias mais baixas do que em 2009. 

No ensino médio, embora a média prevista para o país (3,7) tenha sido atingida, em nove estados ela não foi alcançada (são estados cuja população soma 60,5 milhões de brasileiros) e outros sete repetiram as notas de 2009 (com população somada de 32,4 milhões). Pode-se concluir que as escolas que atendem a metade da população foram mal avaliadas no Ideb recém divulgado. E não há salvação nem mesmo nas escolas particulares, que também tiveram desempenho medíocre em todo o país, embora um pouco melhor do que as escolas públicas.

Há um conjunto de razões para explicar a situação e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, resumiu algumas delas na entrevista coletiva que deu depois do anúncio dos resultados. Há de fato uma pequena melhoria, comemorada pelo ministro, e ele a atribuiu a medidas tomadas nos últimos anos em relação sobretudo ao ensino fundamental de nove anos. Em relação ao mau desempenho no ensino médio (que continua sendo nosso maior problema, disse o ministro) Mercadante o atribui sobretudo ao extenso currículo (com 13 matérias obrigatórias) praticado, e o ministério acena com mudanças nessa área.

O ministro ficou devendo, contudo, uma referência mais explícita aos graves e persistentes problemas estruturais da educação, entre elas a situação dos professores. Como a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) denunciou em março deste ano, 17 estados ainda não pagavam o piso salarial nacional dos professores e 18 não cumpriam norma segundo a qual dois terços da jornada do professor devem ser passados em sala de aula e um terço em atividades de planejamento de aulas, correções de provas e cursos de formação.
O mau desempenho registrado pelo Ideb resulta deste conjunto de problemas que o governo precisa enfrentar se quiser não apenas cumprir metas estatísticas mas, principalmente, que as escolas brasileiras cumpram a tarefa que se espera dela: a formação educacional dos jovens brasileiros.


E você? Está satisfeito com o nível da educação no Brasil e de nossa cidade? Opine! Mostre que sua opinião faz toda a diferença!


Veja as reportagens em vídeo 


http://g1.globo.com/se/sergipe/setv-1edicao/videos/t/edicoes/v/falta-de-alguns-alunos-as-aulas-e-apontada-como-o-motivo-para-o-baixo-desempenho-no-ideb/2092786/

http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/t/edicoes/v/mec-estuda-mudancas-no-curriculo-do-ensino-medio-brasileiro/2090129/


Quer continuar por dentro das novidades do Espaço Livre? Siga o nosso perfil noTWITTER, curta a nossa página noFACEBOOK.

3 comentários:

  1. Pra você ver a educação deu uma recuada se vc olhar bem de 2009 para 2012 e o IDEB veio pra mostrar isso, a prova de que educação não é prioridade no Brasil são as Universidade Federais de greve já faz mais de 100 dias. Alguém discorda de mim?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Diga isso para certos anônimos que comentam por aqui, aqueles que dizem que está tudo perfeito! Usam sempre o PSDB como escudo, sendo que quem está no poder é o PT. Não discuto que o PT dá de 10x0 nos tucanos, mas está claro que as coisas tem muito o que melhorar, principalmente na educação. Obrigado pelo seu comentário e continue sempre conosco!

      Excluir
  2. existe uma solução no Brasil e eles não utilizam para resolver esse caso, o método de Paulo Freire, que por sinal é o maior pedagogo do Brasil que o trabalho dele só é utilizado no exterior por aqui, meu Deus, não é quase nada.

    ResponderExcluir